domingo, 8 de agosto de 2010

CENSO DEMOGRÁFICO DO IBGE - RETIFICAÇÃO

Censo demográfico do IBGE
RECOMENDAÇÃO AOS ESPÍRITAS


Por orientação do presidente Nestor João Masotti, ausente do País em viagem a Nova York, em evento que homenageia Chico Xavier, na sede da ONU, RETIFICAMOS a informação transmitida no dia 2 de agosto, a respeito do Censo demográfico 2010, promovido pelo IBGE.

Diante dos novos esclarecimentos, obtidos em consulta direta ao Órgão, pedimos considerar que, aos pesquisadores do IBGE, poderão ser respondidas as alternativas ligadas ao código 610, todas relacionadas a uma mesma opção: Espírita. A exemplo, poderão ser respondidas as opções Allan Kardec, Cardecismo, Cardecista, Kardecismo, Kardecista, Centro Espírita, Doutrina Espírita, Federação Espírita Brasileira e Espiritismo, entre outras, como estão relacionadas no documento do IBGE que anexamos.

Clique aqui e baixe o anexo do IBGE

João Pinto Rabelo
Diretor de Comunicação Social da FEB

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

CURSO BÁSICO GRATUITO DE ESPERANTO

 
CURSO BÁSICO DE ESPERANTO

LOCAL: CASA DO CAMINHO - QNJ 10, A/E 06 - TAGUATINGA NORTE
(EM FRENTE AO COLÉGIO SANTA TEREZINHA)
QUANDO ACONTECE: ÀS QUINTAS-FEIRAS
HORÁRIO: DAS 20H ÀS 21:30H
PROFESSOR: EURÍPEDES BARBOSA
CONTATO E INFORMAÇÕES: JOSEFA: 9289.4481

terça-feira, 3 de agosto de 2010

RECOMENDAÇÃO AOS ESPÍRITAS

Censo demográfico do IBGE
RECOMENDAÇÃO AOS ESPÍRITAS

Considerando que, segundo informações, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, na pesquisa destinada ao Censo demográfico nacional caracterizou os espíritas como Kardecistas;
Considerando que esta Federação Espírita Brasileira - FEB, não foi consultada por aquele órgão sobre o assunto;
Considerando que a esta altura, não há tempo hábil de tentar mudar a programação estabelecida pelo IBGE;
Considerando ainda que a pesquisa nacional já se encontra em curso;
Recomendamos a todos os espíritas que, ao serem consultados pelos pesquisadores do IBGE e visando a inclusão de todos na contagem que se realiza, declarem-se Kardecistas, uma vez que no formulário do Censo não foi registrada a palavra Espírita.

Brasília, 2 de agosto de 2010.
Federação Espírita Brasileira
Nestor João Masotti
Presidente

segunda-feira, 24 de maio de 2010

MUITO ALÉM DOS NEURÔNIOS

Carlos Eduardo Sobreira Maciel

Muito além dos neurônios foi o título do segundo painel ocorrido no primeiro dia do Medinesp, o congresso internacional da Associação Médico-Espírita do Brasil, realizado de 7 a 9 de junho, no Maksoud Plaza, na capital paulista. Nele, um dos palestrantes, Carlos Eduardo Sobreira Maciel, especialista em Psiquiatria, do corpo clínico do Hospital Espírita André Luiz, de Belo Horizonte (MG), membro do Grupo de Estudo de Espiritismo e Psiquiatria da Associação Médico-Espírita de Minas Gerais (AME-MG) e vice-presidente da entidade, abordou o tema Neurônios-espelho, autismo e marcas espirituais, tratado na entrevista abaixo:
Neurônios-espelho, autismo e marcas espirituais
Ismael Gobbo
Folha Espírita - A mídia científica está dizendo que as recentes descobertas sobre os neurônios-espelho são um dos achados mais importantes das neurociências nos últimos tempos. Isso é verdade?
Carlos Eduardo Sobreira Maciel - De fato, a descoberta dos neurônios-espelho constitui um avanço muito importante no sentido de termos agora alguma resposta mais profunda no tocante à causalidade do autismo. Todavia, como a descoberta diz respeito apenas à causalidade biológica, para a visão médico-espírita ainda é algo muito restrito.
FE - Alguns cientistas até ousam dizer que essas células irão fazer pela Psicologia o que o DNA fez pela Biologia. Por quê?
Maciel - Eu reafirmo o que disse anteriormente, que a descoberta é importante. Acho que ela esclarece muito, em nível celular, sobre a relação entre os indivíduos, porque nos possibilita identificar as emoções, os atos e as intenções alheias, colocando-nos numa relação empática com o outro. Eu acredito que isso pode servir de subsídio para a Psicologia e para muitos estudos, mas considero ainda muito cedo para compará-la com o que hoje se sabe do DNA.
FE - O que são neurônios-espelho?
Maciel - Neurônios-espelho são um conjunto de células cerebrais que têm a função de refletir no cérebro do observador um ato realizado por outro indivíduo. Por exemplo: essas células são ativadas em meu cérebro quando eu pego um copo d'água. As mesmas células são ativadas em alguém que me observa. Então elas espelham no cérebro de outro indivíduo, o observador, aquilo que estou fazendo. Portanto os neurônios-espelho nos permitem uma compreensão visceral daquilo que observamos, não só as ações, mas também as emoções.
FE - O que é autismo?
Maciel - O autismo é um transtorno invasivo do desenvolvimento que se manifesta antes dos 3 anos de idade. Ele se caracteriza por um desenvolvimento anormal e por alterações em três áreas: interação social, comunicação e comportamento.
FE - Por que ele acontece?
Maciel - A maioria dos casos de autismo tem causa desconhecida. Alguns decorrem de condições médicas, dentre as quais infecções intra-uterinas como a rubéola congênita, doenças genéticas como a síndrome do x-frágil, e a síndrome fetal alcoólica provocada pela ingestão de álcool pela mãe durante a gravidez. Essas são as mais comuns. Todavia, as causas na maioria das situações são desconhecidas, um verdadeiro mistério para a ciência.
FE - Existe tratamento para o autismo?
Maciel - Do ponto de vista médico podemos dizer que não há um psicofármaco específico para tratar o autismo. Os medicamentos utilizados são ministrados para controlar as agitações psicomotoras e as auto e heteroagressões produzidas pelos indivíduos autistas. O autismo é uma doença muito complexa que requer uma abordagem multidisciplinar envolvendo educadores, psicólogos e terapeutas ocupacionais, visto que requisita atenção para as questões educacionais e de socialização. Como médicos espíritas, sabemos da importância da terapêutica complementar espírita que a Doutrina nos recomenda. Nessa patologia, via de regra, há severos débitos passados com conseqüente obsessão espiritual, o que indica o tratamento desobsessivo, aplicação de passes e uso da água fluidificada.
FE - E o que são as marcas espirituais sobre as quais você fala?
Maciel - Essa é uma terminologia genérica que utilizamos para tratar do assunto ao nos referirmos à causalidade mais profunda do autismo. Encontramos nas obras da literatura médico-espírita esclarecimentos sobre as causas e o processo de formação dos sintomas, o que nos proporciona uma nova leitura dos sintomas autísticos, em que cada indivíduo é visto sob a ótica reencarnacionista. Importante lembrar aqui o processo de formação do autismo a partir do momento da reencarnação, quando se vislumbra a consciência do indivíduo marcada pela culpa, acarretando lesões no seu perispírito e conseqüente impressão na formação do sistema nervoso do novo corpo e os sintomas autísticos advindos dessa impressão.
FE - Seria uma deformação perispirítica?
Maciel - São duas as possibilidades de formação do autismo. Uma delas, como já disse, seria o reencarnante que sofre o efeito das marcas que traz no perispírito. Esses danos perispirituais levam às lesões do sistema nervoso, que, por sua vez, desencadeiam as manifestações de natureza autista. Nesse caso o indivíduo não consegue se comunicar por causa de deformações ou lesões nos corpos astral e físico. A outra possibilidade seria esse espírito, marcado com a consciência da culpa, temendo uma reencarnação compulsória na qual colherá os efeitos de faltas passadas. Segundo os mentores da associação, choques frontais e desvios graves do passado provocam esse sentimento de culpa. Nessa situação, o espírito rejeita a reencarnação, provocando o autismo. Ocorre um severo processo de auto-obsessão por abandono consciente da vida, um auto-encarceramento orgânico. Nesse caso, mesmo não havendo uma lesão direta do perispírito, a rejeição à reencarnação e a recusa à comunicação
danificam o cérebro.
FE - Então o autismo pode ser considerado uma marca espiritual?
Maciel - Sem dúvida, as raízes desse comportamento são encontradas em tempos remotos vividos pelo espírito milenar. Segundo Bezerra de Menezes, no livro Loucura e Obsessão, muitos espíritos buscam na alienação mental, através do autismo, fugir do resgate de suas faltas passadas, das lembranças que os atormentam e das vítimas que angariaram nesse mesmo passado.
FE - Há casos de autistas que alcançaram a cura total?
Maciel - É uma situação muito rara. Mas há casos na literatura de pacientes que alcançam uma certa autonomia e uma melhora surpreendente, inusitada e muito incomum. Há inclusive livros publicados por esses autistas. Mas há que se ter cuidado com o diagnóstico, porquanto há casos rotulados de autismo que na realidade não o são. O autismo é uma doença complexa até no sentido de se fazer o diagnóstico diferencial com outras doenças.
FE - Quais os livros que os interessados poderiam consultar para melhor conhecer o autismo?
Maciel - Recomendo especialmente o livro de Hermínio Miranda Autismo - Uma Leitura Espiritual.
FE - Qual a mensagem que você deixaria aos pais e familiares espíritas e não espíritas que convivem com autistas e buscam uma resposta para o problema?
Maciel - Eu diria que o mais importante na lida com esses pacientes é não se esquecer que eles são nossos semelhantes bem profundos, com nível evolutivo bem próximo ao nosso. Segundo os mentores da Associação Médico-Espírita, uma das poucas diferenças que há entre nós e eles é que estamos num nível um pouco melhor de boa vontade, mas nossas faltas são praticamente as mesmas. Temos, portanto, a bendita oportunidade de ocupar, temporariamente, a posição de "cuidadores". Eu enfatizaria aos pais a importância do exercício da tolerância, da empatia, da compreensão e da paciência com seus filhos, tendo em vista que o que lhes falta não nos pode faltar. Temos de nos colocar na posição deles a fim de compreendê-los e amá-los.
"Os pais de autistas devem exercitar a tolerância, empatia, compreensão e paciência com seus filhos, tendo em vista que o que lhes falta não nos pode faltar. Temos de nos colocar na posição deles a fim de compreendê-los e amá-los".

Extraído do site: http://www.amebrasil.org.br/portal/?q=node/49

quarta-feira, 17 de março de 2010

ESDE - MODULO II - ROT. 1 - IRMÃS FOX

ESDE - MODULO II - ROT. 1 - AS MESAS GIRANTES

ESDE -MODULO II - ROT.2 - ALLAN KARDEC: O PROFESSOR E O CODIFICADOR

HIPPOLYTE LÉON-DENIZARD RIVAIL (ALLAN KARDEC) - Allan Kardec nasceu Hippolyte Léon-Denizard Rivail, em 03 de Outubro de 1804 em Lyon, França, no seio de uma antiga família de magistrados e advogados. Educado na Escola de Pestalozzi, em Yverdum, Suíça, tornou-se um de seus discípulos mais eminentes.
Foi membro de várias sociedades sábias, entre as quais a Academie Royale d'Arras. De 1835 à 1840, fundou em seu domicílio cursos gratuitos, onde ensinava química, física, anatomia comparada, astronomia, etc.
Dentre suas inúmeras obras de educação, podemos citar: "Plano proposto para a melhoria da instrução pública" (1828); "Curso prático e teórico de aritmética (Segundo o método de Pestalozzi)", para uso dos professores primários e mães de família (1829); "Gramática Francesa Clássica" (1831); "Programa de cursos usuais de química, física, astronomia, fisiologia"(LYCÉE POLYMATIQUE); "Ditado normal dos exames da Prefeitura e da Sorbonne", acompanhado de "Ditados especiais sobre as dificuldades ortográficas (1849).
Por volta de 1855, desde que duvidou das manifestações dos Espíritos, Allan Kardec entregou-se a observações perseverantes sobre esse fenômeno, e, se empenhou principalmente em deduzir-lhe as conseqüências filosóficas.
Nele entreviu, desde o início, o princípio de novas leis naturais; as que regem as relações do mundo visível e do mundo invisível; reconheceu na ação deste último uma das forças da Natureza, cujo conhecimento deveria lançar luz sobre uma multidão de problemas reputados insolúveis, e compreendeu-lhe a importância do ponto de vista religioso.
As suas principais obras espíritas são: "O Livro dos Espíritos", para a parte filosófica, e cuja primeira edição surgiu em 18 de Abril de 1857; "O Livro dos Médiuns", para a parte experimental e científica (Janeiro de 1861); "O Evangelho Segundo o Espiritismo", para a parte moral (Abril de 1864); "O Céu e o Inferno", ou "A Justiça de Deus segundo o Espiritismo" (Agosto de 1865); "A Gênese, os Milagres e as Predições (Janeiro de 1868); "A Revista Espírita", jornal de estudos psicológicos.
Allan Kardec fundou em Paris, a 1º de Abril de 1858, a primeira Sociedade Espírita regularmente constituída, sob o nome de "Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas".
Casado com Amélie Gabrielle Boudet, não teve filhos.
Trabalhador infatigável, desencarnou no dia 31 de março de 1869, em Paris, da maneira como sempre viveu: trabalhando. ("Obras Póstumas", Biografia de Allan Kardec, edição IDE)

ESDE - MODULO II - ROT. 3 - METODOLOGIA E CRITERIOS

ESDE -MODULO II - ROT. 4 - OBRAS BÁSICAS

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

EURIPEDES BARSANULFO - APÓSTOLO DA CARIDADE

IV FÓRUM DO ESDE


Caro(a)s amigo(a)s,


Conforme o calendário das atividades anuais da Federação Espírita do Distrito Federal, é com grande satisfação que convidamos a todos para a participação do IV Fórum do ESDE - Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita do DF, que será realizado no dia de domingo, 07.03.10, de 8h30 (café da manhã) as 12h30, na Fedf – 408 Sul.

Sabemos da importância do estudo doutrinário, objetivando o crescimento pessoal e, particularmente em nossos objetivos do Esde, findando no preparo dos trabalhadores espíritas nos vários campos onde desempenham suas funções nos Centros em que são vinculados, como: facilitadores dos estudos, mediunidade, comunicação e assistência social, atendimento fraterno, divulgação e evangelização infanto-juvenil, dentre outros.

Assim, a importância do ESDE na Casa Espírita, estimulando valores e mudanças sociais, eis porque ainda se justifica o título do evento: A CONTRIBUIÇÃO DO ESDE NA EDIFICAÇÃO DE UM MUNDO MELHOR!

Neste IV Fórum discorreremos sobre pontos importantes para o preparo dos coordenadores e facilitadores do Esde, a saber :


I - PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA – PNL

.Análise da possibilidade de utilização da PNL e de outras técnicas de aprendizagem na educação espírita

.O Esde, a PNL e a aprendizagem – Uma visão positiva do ensino espírita

.O estudo doutrinário e a busca pelas mudanças

.A atitude e o comprometimento de fé

.O desenvolvimento dos estados de excelência pessoal

.A eficácia na comunicação e nos relacionamentos

.O facilitador do Esde - a capacidade pessoal na comunicação para a efetiva realização de mudanças

.A identificação e a liberação das habilidades de liderança.


II - O EDUCADOR DO Esde: ANTES DE MAIS NADA, UM SEMEADOR DA FÉ...

Onde serão trabalhados os tópicos relativos ao educador do Esde, como qualidades, critérios, formação para o serviço de educação espírita; as dimensões da formação dos faciliadores: pessoal e comunitária, espiritual; nas bases tríplices; ético-espiritual, psicossocial e metodológica; formação dos semeadores em nível federativo e de centros.

III - Esde: ESTUDO E APRENDIZAGEM - COMO AUMENTAR A CAPACIDADE DE CONCENTRAÇÃO

A energia mental e suas e suas vibrações

.Os modelos de Einstein, Laplace e Beethoven

.A ocupação variada da mente

.O controle da rebeldia mental

.Ataques mentais e espirituais: da intuição e inspiração

.A administração dos pensamos em descontrole .O controle emocional

.Concentração x materialismo

.Concentração e saúde

.A força de vontade (próximo Fórum)

.Exercício de concentração visual

.Exercício de concentração auditiva

IV– APÊNDICES

a) Sugestões de Metodologias para o Desenvolvimento de Projetos: “Plano de Trabalho para o Movimento Espírita Brasileiro (2007-2012)”,

b) Estudo do riquíssimo trabalho da lavra de Dalmo Duque dos Santos: Existe uma Pedagogia Espírita?O evento continua gratuito e aberto, onde pedimos a todo(a)s a bondade de nos ajudarem na divulgação do IV FÓRUM DO ESDE.

Finalmente, pedimos também a sua inscrição antecipada, encaminhando e.mail para o ded@fedf.org.br, para sabermos o quanto de material didático será providenciado, esclarecendo a Casa a qual pertence, a atividade que desempenha ali e o telefone para contato.

Fraternalmente,

Edmir Freitas Pereira

Diretoria de Estudos Doutrinários

Federação Espírita do Distrito Federal

FLORES DE MARCELA

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

DICA DE LEITURA DO BOLETIM ELETRÔNICO DA FEB

LUZ NO LAR

Médium: Francisco Cândido Xavier

Espírito: Espíritos Diversos


Obra especialmente dedicada ao Culto do Evangelho no Lar, organizada pelo Espírito Emmanuel, em que diversos outros amigos do Além participam com edificantes considerações à luz dos fundamentos da Doutrina Espírita.
São ao todo 65 capítulos que nos oferecem judiciosos esclarecimentos e que nos ajudam a pensar, a meditar nas verdades do Espírito, junto aos nossos companheiros da romagem humana que vivem sob o teto do ambiente familiar.
Reúne crônicas, poesias e mensagens instrutivas sobre temas intensamente discutidos nos dias de hoje, tais como: aborto; divórcio; família; infância e amor maternal, mostrando a necessidade da renovação do homem por meio da prática dos ensinos evangélicos.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A VIDA EM OUTROS MUNDOS


Eurípedes Kühl



O escritor Eurípedes Kühl realizou uma intensa pesquisa para falar sobre a vida em outros mundos, sob o ponto de vista do Espiritismo. Ele reuniu os resultados na matéria a seguir, que pode servir de orientação para quem quiser se aprofundar no tema.

Há vida em outros mundos?

Desde que a Astronomia comprovou que a Terra é um planeta a girar em órbita cativa ao Sol, solidariamente com outros planetas, o homem fez a pergunta acima, que muito mais passou a ser repetida quando ficou provado que a quantidade de sóis e planetas é incontável.

Como é a vida em outros mundos, não há um único homem que possa afirmar e comprovar – só devanear, sonhar, ensaiar. Contudo, espíritos mais evoluídos que os terrestres, ao menos, podem informar, mediunicamente.

Nesta oportunidade, estaremos trazendo para os leitores a resposta dada por vários estudiosos, cada um a seu modo. Considerando o caráter eminentemente científico desta revista, que apropria do Espiritismo o que ele oferta sobre vários temas, inicialmente registraremos as premissas espíritas dessa tão apaixonante quanto instigante questão.

Isso posto, socorrendo-nos da síntese, passemos às respostas.


O Livro dos Espíritos

Questões 55 a 59:

Sim! Há vida em todos os globos que se movem no Espaço!;

Deus povoou de seres vivos os mundos e pensar ao contrário será duvidar de Sua sabedoria [por que o Criador faria coisas (mundos) inúteis?];

a constituição física dos habitantes difere de mundo a mundo, embora a forma corpórea, em todos os mundos seja a mesma da do homem terrestre, com menor ou maior embelezamento e perfeição, segundo a condição moral dos habitantes;

mundos afastados do Sol têm outras fontes de luz e calor, adequados à constituição dos respectivos habitantes; muitos mundos têm fontes próprias, tais como a eletricidade, com outros empregos, sem compreensão terrena.

Questões 172 a 188:
a existência corporal na Terra é das mais grosseiras e das mais distantes da perfeição;

as diversas existências físicas do homem podem ser na Terra bem como em outros mundos; o início dessas existências não terá sido aqui, bem como seu término também não o será;

a multiplicidade de vidas na Terra proporciona uma enorme gama de aprendizados ao Espírito;

em cada mundo há uma gradação de valores morais dos seus habitantes;

o conhecimento de detalhes físicos e morais sobre os habitantes de outros mundos perturbaria aos terrestres, daí não lhes ser revelado ainda; (grifamos)

infância e duração da existência nos mundos superiores à Terra são mais curtas, aquelas, e mais longas, estas, dado que corpos mais sutis têm menos fatores a miná-los;

o perispírito (corpo que reveste o espírito) é formado de matéria específica de cada mundo, sendo que os espíritos puros têm envoltórios “extremamente” etéreos:

Obs.: disseram os espíritos a Allan Kardec, quanto ao grau de evolução dos habitantes do Sistema Solar:

Marte: inferior à Terra;

Júpiter: muito acima de ambos (na coleção da Revista Espírita, muitos espíritos que habitaram na Terra disseram estar em Júpiter);

Sol: não tem habitantes; contudo, é local de reunião de espíritos superiores.

O Livro dos Médiuns

1ª Parte, Cap. I, n° 2:

Por que injustificável privilégio este quase imperceptível grão de areia (a Terra), que não avulta pelo seu volume, nem pela sua posição, nem pelo seu papel que lhe cabe desempenhar, seria o único planeta povoado de seres racionais? A razão se recusa a admitir semelhante nulidade do infinito e tudo nos diz que os diferentes mundos são habitados.

1ª Parte, Cap. I, n° 100:

em mundos mais adiantados o homem se põe em comunicação com os espíritos com maior facilidade e os vê com freqüência.

2ª Parte, Cap. XXVI, n° 296:

as descrições que os espíritos fazem sobre outros mundos devem ser vistas com extrema cautela (grifamos); os bons espíritos dão uma que outra informação sobre os habitantes de diferentes mundos, com o objetivo precípuo do nosso melhoramento moral.

O Evangelho Segundo o Espiritismo

Cap. III, n° 3 e 4:

há mundos cujas condições morais dos seus habitantes são inferiores às da Terra; em outros, são da mesma categoria; há mundos mais ou menos superiores e, finalmente, há aqueles nos quais a vida é, por assim dizer, toda espiritual;

classificação dos mundos (puramente pedagógica) segundo seu estado moral e destinação:

mundos primitivos: primeiras encarnações da alma;

mundos de expiação e provas: domínio do mal (a Terra é desta classificação);

mundos de regeneração: as almas ainda têm o que expiar, mas ali encontram repouso das fadigas;

mundos ditosos: predomínio do bem;

mundos celestes ou divinos: habitação dos Espíritos depurados; neles, reina exclusivamente o bem.

A Gênese

Cap. XI, n°s 7 a 9:

desde toda a eternidade Deus criou mundos materiais e seres espirituais, pois se assim não fora tais mundos careceriam de finalidade;

os seres são criados simples e ignorantes, tendo por final a evolução, rumo à angelitude;

antes da existência da Terra mundos sem conta haviam sucedido a mundos...

Revista Espírita

Publicação mensal, de 1858 a 1869 sob a direção de Allan Kardec. Já no primeiro ano, Kardec advertia que os textos publicados seriam aqueles referentes aos fatos que chegassem ao seu conhecimento – comunicações mediúnicas (na maioria) e cartas de leitores. A publicação seria realizada desde que contivesse um fim útil aos demais leitores. Dos textos, abstrairia suas próprias idéias, deles sendo apenas editor, ou “inventariante”.

Dessa forma, tudo o que fez publicar ali, contou sim com sua judiciosa seleção, mas não necessariamente expressando seu pensamento. É de se deduzir que, no mínimo, atribuiu aos textos o beneplácito do possível.

Sobre o tema “Vida em outros mundos”, não o detalhou nos livros com os quais codificou o Espiritismo, fazendo-o na Revista Espírita. Por si só, tal fato autoriza-nos imaginar que o mestre lionês, na missionária tarefa de codificar a Doutrina dos Espíritos, optou por dividir sua dedicação em dois projetos:

o primeiro, lançar bases espirituais, filosóficas e científicas do Espiritismo, o que fez nas chamadas “obras básicas”;

o segundo, publicar, em paralelo, fatos concernentes ou que de alguma sorte pudessem a ela (à Doutrina dos Espíritos) se ligar – fê-lo na Revista Espírita.

É sob esse enfoque que encontramos inúmeros textos na coleção da Revista Espírita, dando pormenores da vida em outros mundos, como por exemplo:

Revista Espírita - Março/1858

Marte: vida inferior à da Terra (Obs.: esse registro corrobora a longa “nota de rodapé” inserta na questão n° 188 de O Livro dos Espíritos, de Abril/1857);

Urano: habitantes com moral mais elevada do que a dos terrestres;

Júpiter: o mais avançado dos planetas do Sistema Solar. Seus habitantes:

corpos de conformação semelhante à terrena, mas de maior leveza;

deslocam-se roçando ao solo, sem fadiga (como os peixes e as aves);

na morte, os corpos não são submetidos à decomposição pútrida: dissipam-se;

alimentam-se de frutas, plantas e emanações nutritivas do meio ambiente;

expectativa de vida: cerca de 500 anos (quase não há doenças);

infância: dura apenas alguns dos nossos meses;

linguagem: quase sempre de espírito a espírito (mas há, também, a linguagem articulada);

ocupações: puramente intelectuais;

vidência (segunda vista): permanente, para a maioria dos habitantes;

animais: mais inteligentes que os animais terrestres, mas sem se aproximar do nosso nível; são encarregados dos trabalhos manuais;

arquitetura: na Revista Espírita de Agosto/1858, em anexo, foi distribuído detalhado desenho de uma habitação em Júpiter (a casa de Mozart), desenho esse realizado por médium desenhista, muito elogiado por Kardec; entrevistado, mediunicamente, Mozart declarou que tem Cervantes e Zoroastro por vizinhos.

Revista Espírita - Maio/1859

Chopin está residindo em um dos mundos atribuídos a espíritos errantes; esses mundos assemelham-se aos acampamentos terrenos, destinados a repouso temporário; os habitantes desses mundos podem deles se afastar, quando queiram.

Revista Espírita - Outubro/1860

Marte é a primeira encarnação dos demônios mais grosseiros; são seres rudimentares; sua vida é curta; não são canibais, mas sua vida beira a vida da “idade da pedra”, da Terra; lá, os mares são “furiosos” e não permitem a navegação (Obs.: Vemos aqui outra nota corroborando a questão 188 de O Livro dos Espíritos).

Revista Espírita - Agosto/1862

“O planeta Vênus” é um ditado mediúnico espontâneo, do espírito Georges, o qual comparece em vários números da Revista Espírita. Disse ele sobre Vênus:

ar: sutil, como o das altas montanhas terrenas; impróprio para os terrestres; mar profundo e calmo; divisões, querelas e guerras são desconhecidas; artes sublimes substituem a indústria terrestre;

habitantes: semelhantes aos da Terra; têm adoração constante e ativa ao Ser Supremo, sem cultos;

alimentação: à base de frutas e de lacticínios; ignoram nutrição por carne; não existem doenças;

expectativa de vida: infinitamente mais longa do que não o é a prova terrestre; a velhice é o apogeu da dignidade humana;

vestes: uniformes, grandes túnicas brancas.

Perfil Moral

Até aqui, caro leitor, todos os nossos passos foram dados na sólida companhia de Kardec. Redobramos nossa admiração por tão competente quanto amiga companhia. Com imenso respeito a todas as religiões, é-nos inescapável verificar que somente o Espiritismo se debruçou sobre o tema que estamos focando, de tamanha transcendentalidade.

Daquilo que encontramos, tanto nas chamadas “obras básicas do Espiritismo”, quanto na Revista Espírita, podemos inferir que:

1° – Por zelo e prudência, os registros, eventuais análises, reflexões e pareceres mencionados por Kardec foram precedidos de expressões do tipo: “este livro (O Livro dos Espíritos) foi escrito por ordem e mediante ditado de Espíritos superiores...”; “do ensino dado pelos Espíritos...”; "todos os Espíritos afirmam e a razão diz que assim deve ser...”; “antes de entrarmos nos detalhes das revelações que os Espíritos nos fizeram...“; “vamos apresentar as respostas que os Espíritos deram...”; “idéias desenvolvidas nesta obra, algumas delas são pessoais, outras hipotéticas, outras são esboços...”; “essa descrição (dada por um Espírito sobre Vênus), sem dúvida, não tem nenhum dos caracteres de uma autenticidade absoluta, e também não a damos senão a título condicional...”.

2° – Assim, lecionando cautela e sabedoria, Kardec, ao tratar da habitabilidade nos diversos mundos, foi econômico quanto a detalhes da vida material neles, trilhando quase que exclusivamente pelo perfil moral dos seus habitantes.

3° – Imaginamos que é por essa causa que não há especificidade na Codificação do Espiritismo (feita por Kardec) sobre as condições físicas da vida nos diferentes mundos. O que temos ali é sempre o enfoque do comportamento, no bem ou no mal, endereçando cada espírito para um mundo consentâneo com seu histórico vivencial-moral, consubstanciando débito e crédito. Em razão desse patrimônio moral, edificado em multiplicadas existências, o espírito terá passaporte para o mundo cuja vida e habitantes se lhe adeqüem em sintonia, e onde, por bondade de Deus, lá o aguardam meios e novas oportunidades de crescimento moral.

Agora, despedindo-nos de Kardec, mas ainda nos trilhos espíritas, vamos caminhar com outras companhias.

Obras Psicografadas

De início, pela abençoada mediunidade de Francisco Cândido Xavier, poderemos “ir a outros mundos” e ver como é a vida (física e moral) por lá.

Cartas de Uma Morta

Livro do espírito Maria João de Deus (mãe de F.C.Xavier), de 1935, cuja segunda edição, de 1937, aparenta ser “edição própria”. Desse livro há uma 8ª edição, de 1978, da LAKE, SP/SP, a cargo do Departamento Editorial Caminheiros do Bem. Nessa obra encontramos dois capítulos referentes a Saturno e a Marte.

Saturno:

saturninos são incontestavelmente superiores aos terrestres; não há vícios, nem guerras; utilizam a eletricidade na sua plena possibilidade;

têm habitações de estilo gracioso;

a autora espiritual viu seres estranhos, extraordinariamente feios, evolucionando-se nos ares, em “gracis movimentos”;

os habitantes dedicam-se mais à espiritualidade;

as moléstias incuráveis lhes são desconhecidas;

a vegetação: é diferente da terrena, pois é azulada;

os mares são rosados.

Marte:

habitantes: têm grande espiritualidade: sem guerras, só vibrações de paz;

os homens são mais ou menos semelhantes aos terrícolas, mas os seus organismos possuem diferenças apreciáveis: além dos braços, têm ao longo das espáduas umas ligeiras protuberâncias, à guisa de asas, que lhes prodigalizam interessantes faculdades volitivas;

o ar é muitíssimo mais leve; conhecem os enigmas profundos da eletricidade, que usam com maestria;

as edificações são análogas às da Terra;

a vida em Marte é mais aérea – poderosas máquinas;

embora existam oceanos, há pouca água; sistemas de canalização; poucas montanhas.

Emmanuel

Livro do autor espiritual cujo nome é o título da obra (1938, Ed. FEB, RJ/RJ). Consta no prefácio:

"(...) assim como Marte ou Saturno já atingiram um estado mais avançado em conhecimentos, melhorando as condições de suas coletividades, o vosso orbe (a Terra) tem, igualmente, o dever de melhorar-se, avançando, pelo aperfeiçoamento das suas leis, para um estágio superior, no quadro universal”.

Novas Mensagens

1939, Ed. FEB, RJ/RJ

O autor espiritual (Humberto de Campos) traz um capítulo inteiro sobre visita (em espírito) que fez a Marte:

Marte tem cidades fantásticas pela sua beleza inaudita: avenidas extensas e amplas, sendo as construções análogas às da Terra; a vegetação, de tonalidade vermelha, é muito mais exuberante do que a terrena;

Marte é “um irmão mais velho e mais experimentado na vida; seus habitantes sempre oram ao Senhor do Universo, em benefício da humanidade terrena”;

habitantes têm arcabouço físico algo diferente do terrestre;

alimentação: através das forças atmosféricas;

(viu) máquinas aéreas possantes que se balouçavam no pé das nuvens; muitas dessas nuvens são produzidas artificialmente, para atender reinos mais fracos da natureza.

Ainda outro espírito, por outro médium, discorreu profusamente sobre Marte:

A Vida no Planeta Marte

O Espírito Ramatís, em psicografia de Hercílio Maes, é autor desse livro (1ª Ed. 1955, Livraria Freitas Bastos, RJ/RJ), que já no nascedouro se tornou polêmico, eis que traz um fantástico leque de detalhes sobre a vida em Marte, em caminho oposto ao registrado por Allan Kardec, como já vimos anteriormente (em O Livro dos Espíritos e na Revista Espírita). Diz-nos esse autor espiritual:

a humanidade que habita Marte (de um a um e meio milhões de habitantes) é mais evoluída que a terrestre: não há violência, vícios ou paixões inferiores; seus habitantes possuem faculdades de telepatia e psicometria. Assim, a linguagem, quase sempre, ocorre por telepatia; têm cabelos poéticos e resplendentes, quais anjos; têm protuberâncias semelhantes a asas, ao longo das espáduas; na velhice, o espírito parte para o espaço, antes do aniquilamento vital;

alimentação: inteiramente vegetariana;

migrantes: vários seres que viveram algum tempo em Marte não se adaptaram e, em conseqüência, migraram para mundos “aquém de Marte”; alguns perambulam na Terra;

relações conjugais no matrimônio: o encontro sexual se dá pelos “plexus abdominais”, sem impurezas do sexo orgânico; as mulheres estão livres da délivrance (delivramento);

moralmente, Marte está mil anos à frente da Terra; no campo científico, quinhentos anos;

transportes: 75% são feitos por via aérea, absolutamente em segurança; existem aeronaves para viagens interplanetárias, tripuladas ou não.

Autor Encarnado - Às Margens do Rio Sagrado

Livro de autoria de Edgard Armond (1ª Ed. 1979, Editora Aliança, SP/SP). Num capítulo inteiramente dedicado a Saturno, diz-nos o autor:

Saturno é um mundo de paz;

habitantes: seres evangelizados; seus órgãos de percepção são mais elevados; seus corpos são eterizados, suportando longos períodos de atividades sem alimentação (esta, feita de sucos vegetais e respiração);

atividade religiosa: intensa, em comunhão com o Plano Espiritual Superior;

casas não têm portas; “arquitetura” espiritual; construções, em geral, são de material translúcido e flexível (em muitos casos são edificadas construções por mentalização de técnicos selecionados);

tráfego intenso, silencioso e suave.

Ensaios Científicos de Pensadores Consagrados

Antes, devemos refletir que nós, seres humanos, só podemos discorrer sobre aquilo que os sentidos nos mostrem, possibilitando-nos, por analogia e pela lógica, comparar e deduzir. Daí, partindo do conhecido temos chegado ao desconhecido. É assim que através dos séculos o homem vem edificando seu aprendizado terreno, aplicável à vida física.

Agora, como falar da vida em outros mundos? Para tanto, melhor será nos equiparmos da razão, de parelha com a fé, e analisarmos o que alguns cientistas ensaiaram a respeito. Eis alguns exemplos:

Nicolas Camille Flammarion (1847-1925), célebre astrônomo francês.

A Pluralidade dos Mundos Habitados

Essa obra (1ª Ed. Na França, em 1862, traduzida da 23ª edição e publicada em português pela Livraria Garnier Irmãos, RJ/RJ) trata das condições de habitabilidade das terras celestes, discutidas do ponto de vista da Astronomia e da Fisiologia, fazendo abstração do Espiritismo, daí advindo que seu caráter eminentemente científico dirige-se aos incrédulos.

Obs.: Kardec, em duas ocasiões, elogiou esse livro (na RE de Jan/1863, e na de Set/1864). Fica o convite para o leitor que queira pesquisá-la. É obra de fôlego.

Uranie

Livro escrito provavelmente em 1864, cuja primeira edição em português é de 1951, pela Federação Espírita Brasileira, sob o título Urânia. Nessa obra, muito descritiva, Flammarion ensaia:

o número de universos é infinito;

Marte e Vênus têm habitantes pensantes;

Júpiter está em período primário de preparação orgânica;

Saturno será habitado por seres incompatíveis com os organismos terrestres;

Marte é semelhante à Terra, mais adiantado na senda do progresso;

habitantes são muito superiores aos da Terra; são maiores e mais leves que os terrestres; transportam-se por navegação aérea (frotas movidas pela eletricidade); são de origem sextúpede: bípedes, bimanos e bialados (duas asas); têm doze sentidos, que lhes permitem comunicação direta com o universo;

não há alimentação: sua nutrição se dá por renovação celular, através de respiração similar à das árvores terrestres;

construções são edificadas pelo pensamento;

todos os trabalhos materiais são executados por máquinas e sob direção de algumas raças aperfeiçoadas de animais;

concepções e nascimentos lembram mais algo parecido com a fecundação das flores;

a luz sobre os habitantes de Marte não produz a respectiva sombra;

Marte já mandou sinais para a Terra, mas sem resposta;

Vênus é um mundo análogo à Terra e menos privilegiado ainda; as estações rápidas produzem bruscas variações de temperatura.

Pierre Simon (1749-1827), dito marquês de Laplace. Célebre astrônomo, matemático e físico francês.

Exposição do Sistema do Mundo

Livro editado na França, em 1796. No Capítulo VI o autor analisa e reflete:

“A ação benfazeja do Sol faz desabrochar os animais e as plantas que cobrem a Terra, e a analogia nos leva a crer que ela produz efeitos semelhantes sobre os outros planetas: porque não é natural pensar que a matéria da qual vemos a fecundidade se desenvolver de tantas maneiras, seja estéril sobre um tão grande planeta como Júpiter que, como o globo terrestre, tem seus dias, suas noites, seus anos, e sobre o qual as observações indicam as mudanças que supõem forças muito ativas... O homem, feito para a temperatura de que ele goza sobre a Terra, não poderia, segundo toda a aparência, viver sobre os outros planetas. Porém, não deve haver aí uma infinidade de organizações relativas às diversas temperaturas dos globos e dos universos? Se a única diferença dos elementos e dos climas põe tanta variedade nas produções terrestres, quanto mais devem diferir as dos planetas e dos satélites!”

Muitas Moradas

Vemos que vários foram os pronunciamentos sobre a vida em outros mundos, havendo evidente contradição entre Kardec e eles, especialmente no que diz respeito a Marte.

A questão se faz espinhosa. Deixamos ao leitor a análise, reflexão e aceitação, ou não, de tudo aquilo que trouxemos para este texto.

De nossa parte, do pouco que aprendemos daquilo que a vida tem para nos ensinar, consideramos integralmente válidas as assertivas escritas em O Livro dos Espíritos. Quanto às opiniões que com elas possam colidir, não as invalidamos, a priori: nós as deixamos no "armário da razão", cujo senhor é o Tempo, para que ele, quando estivermos em patamar espiritual bem mais elevado, nos mostre se elas devem ser alocadas na "prateleira dos devaneios" ou na da Verdade.

E, finalizando, para balbuciar tímida resposta à pergunta que abre essa leitura, refletimos na grandeza da natureza, que aqui mesmo na Terra nos leva a um profundo respeito e amor filial ao Criador, deduzindo que sim: há vida pujante em outros mundos (são muitos: bilhões, trilhões, quem sabe?).

Para nossa dedução, socorremo-nos do mais poderoso aval que qualquer ser humano terrestre pode avocar – o de Jesus, quando afirmou: “Há muitas moradas na casa do meu Pai”.

FONTE: Revista Espiritismo & Ciência Volume 5

MÉDIUNS E MEDIUNIDADES

Introdução:


Esta unidade objetiva esclarecer, fundamentada na instrução dos Espíritos superiores, como se processa a incorporação mediúnica e a assimilação das correntes mentais, especificando a ocorrência com os médiuns conscientes, semi-conscientes e inconscientes.


Ä Incorporação Mediúnica:

É a forma de mediunidade que se caracteriza pela transmissão falada das mensagens dos Espíritos. É, em nossos dias, a faculdade mais encontrada na prática mediúnica. Pode-se dizer que é uma das mais úteis, pois, além de oferecer a oportunidade de diálogo com os Espíritos comunicantes, ainda permite a doutrinação e consolação dos Espíritos pouco esclarecidos sobre as verdades espirituais.

O papel do médium seja ele consciente ou não, é sempre passivo, visto que servindo de intérprete neste intercâmbio, deve compreender o pensamento do Espírito comunicante e transmiti-lo sem alteração, o que é mais difícil quanto menos treinado estiver.

A incorporação é também denominada psicofonia, sendo esta denominação preferida por alguns porque acham que incorporação poderia dar a idéia do Espírito comunicante penetrando o corpo do médium, fato que sabemos não ocorrer.

Martins Peralva, na sua obra "Estudando a Mediunidade, que por sua vez, baseou-se na obra "Nos Domínios da Mediunidade", ditada pelo Espírito André Luiz ao médium Francisco Cândido Xavier, esclarece que:

"É através dela (a incorporação), que os desencarnados narram, quando desejam (ou quando lhes é facultado), os seus aflitivos problemas, recebendo dos doutrinadores, em nome da fraternidade cristã, a palavra do esclarecimento e da consolação."

"Referindo-se aos benefícios recebidos pelo Espíritos nas sessões mediúnicas, é oportuno lembrarmos o que afirmam mentores balizados (balizar - v. tr. dir. Indicar por meio de balizas; abalizar; distinguir; determinar a grandeza de.).

Léon Denis, por exemplo, acentua que, no Espaço, sem a benção da incorporação, os seus fluidos, ainda grosseiros, "não lhe permitem entrar em relação com Espíritos mais adiantados".

O Assistente Aulus, focalizando o assunto, esclarece que eles "trazem ainda a mente em teor vibratório idêntico ao da existência na carne, respirando na mesma faixa de impressões".

Emmanuel, com a palavra sempre acatada, salienta a necessidade do serviço de esclarecimento aos desencarnados, uma vez que se conservam, "por algum tempo, incapazes de apreender as vibrações do plano espiritual superior"."

No Livro "Desafios da Mediunidade", o Espírito Camilo (mentor do médium e conferencista José Raul Teixeira), examina o termo "incorporação" – Questão n.º 28, trazendo um enfoque muito importante:

"É correto falar-se em "incorporação"?"

Resposta: "Não se trata bem da questão de certo ou errado. Trata-se de uma utilização tradicional, uma vez que nenhum estudioso do Espiritismo, hoje em dia, irá supor que um desencarnado possa "penetrar" o corpo de um médium, como se poderia admitir num passado não muito distante.

O fato de continuar-se a usar o termo incorporação, nos meios espíritas, também se deve a sua abrangência. Comumente (adj. Vulgarmente; geralmente. (De comum.)), é proposto o termo psicofonia; contudo, para muitos, a expressão estaria indicando somente fenômenos da fala, como na psicografia temos o fenômeno da escrita, tão somente. Ocorre que podemos encontrar médiuns psicógrafos cujo psiquismo os desencarnados comandam plenamente. Aqui, então, tecnicamente, o termo psicofonia, não se aplicaria, enquanto ficaria suficientemente compreensível o termo incorporação.

Evocamos, então, o pensamento kardequiano, expresso em O Livro dos Esíritos, dando elasticidade ao termo "alma", a fim de fazer o mesmo no tocante ao termo incorporação. Como ele aparece com muita freqüência ao longo dos estudos espíritas: "cumpre fixarmos bem o sentido que lhe atribuímos, a fim de evitarmos qualquer engano." (O Livro dos Espíritos, Introdução - II, final.)

Os médiuns de incorporação são classificados em conscientes, semi-conscientes e inconscientes.



Médiuns Conscientes:



Pode-se dizer que um médium consciente é aquele que durante o transcurso do fenômeno tem consciência plena do que está ocorrendo. O Espírito comunicante entra em contato com as irradiações perispirituais do médium, e, emitindo também suas irradiações perispirituais, forma a atmosfera fluídica capaz de permitir a transmissão de seu pensamento ao médium, que, ao captá-lo, transmitirá com as suas possibilidades, em termos de capacidade intelectual, vocabulário, gestos, etc.

O médium age como se fosse um intérprete da idéia sugerida pelo Espírito, exprimindo-a conforme sua capacidade própria de entendimento.

Esta forma de mediunidade será tanto mais proveitosa quanto maior for à cultura do médium e suas qualidades morais, a influência de espíritos bons e sábios, a facilidade e a fidelidade na filtração das idéias transmitidas. Seu desenvolvimento exige estudo constante, bom senso e análise contínua por parte do médium.

No Cap. XIX do "Livro dos Médiuns", especificamente o item 225 descreve a dissertação dada espontaneamente por um Espírito superior, sobre a questão do papel do médium, como segue:

"Qualquer que seja a natureza dos médiuns escreventes, quer mecânicos ou semimecânicos, quer simplesmente intuitivos, não variam essencialmente os nossos processos de comunicação com eles. De fato, nós nos comunicamos com os Espíritos encarnados dos médiuns, da mesma forma que com os Espíritos propriamente ditos, tão só pela irradiação do nosso pensamento".

"Os nossos pensamentos não precisam da vestidura (s. f. Tudo o que se pode vestir; vestimenta; traje; fato. (Do lat. vestitura.) da palavra, para serem compreendidos pelos Espíritos e todos os Espíritos percebem os pensamentos que lhes desejamos transmitir, sendo suficiente que lhes dirijamos esses pensamentos e isto em razão de suas faculdades intelectuais."

"Quer dizer que tal pensamento tais ou quais Espíritos o podem compreender, em virtude do adiantamento deles, ao passo que, para tais outros, por não despertarem nenhuma lembrança, nenhum conhecimento que lhes dormitem no fundo do coração, ou do cérebro, esses mesmos pensamentos não lhes são perceptíveis. Neste caso, o Espírito encarnado, que nos serve de médium, é mais apto a exprimir o nosso pensamento a outros encarnados, se bem não o compreenda, do que um Espírito desencarnado, mas pouco adiantado, se fôssemos forçado a servir-nos dele, porquanto o ser terreno põe seu corpo, como instrumento, à nossa disposição, o que o Espírito errante não pode fazer."

"Assim, quando encontramos em um médium o cérebro povoado de conhecimentos adquiridos na sua vida atual e o seu Espírito rico de conhecimentos latentes, obtidos em vidas anteriores, de natureza a nos facilitarem as comunicações, dele de preferência nos servimos, porque com ele o fenômeno da comunicação se nos toma muito mais fácil do que com um médium de inteligência limitada e de escassos conhecimentos anteriormente adquiridos. Vamos fazer-nos compreensíveis por meio de algumas explicações claras e precisas."

"Com um médium, cuja inteligência atual, ou anterior, se ache desenvolvida, o nosso pensamento se comunica instantaneamente de Espírito a Espírito, por uma faculdade peculiar à essência mesma do Espírito. Nesse caso, encontramos no cérebro do médium os elementos próprios a dar ao nosso pensamento a vestidura da palavra que lhe corresponda e isto quer o médium seja intuitivo, quer semimecânico, ou inteiramente mecânico. Essa a razão por que, seja qual for a diversidade dos Espíritos que se comunicam com um médium, os ditados que este obtém, embora procedendo de Espíritos diferentes, trazem, quanto à forma e ao colorido, o cunho que lhe é pessoal.

Com efeito, se bem o pensamento lhe seja de todo estranho, se bem o assunto esteja fora do âmbito em que ele habitualmente se move, se bem o que nós queremos dizer não provenha dele, nem por isso deixa o médium de exercer influência, no tocante à forma, pelas qualidades e propriedades inerentes à sua individualidade. É exatamente como quando observais panoramas diversos, com lentes matizadas (matizar - v. tr. dir. Variar, graduar (cores); dar cores vivas a; ornar; enfeitar; pr. ostentar cores variadas.), verdes, brancas, ou azuis; embora os panoramas, ou objetos observados, sejam inteiramente opostos e independentes, em absoluto, uns dos outros, não deixam por isso de afetar uma tonalidade que provém das cores das lentes."

"Ou, melhor: comparemos os médiuns a esses bocais cheios de líquidos coloridos e transparentes, que se vêem nos mostruários dos laboratórios farmacêuticos. Pois bem, nós somos como luzes que clareiam certos panoramas morais, filosóficos e internos, através dos médiuns, azuis, verdes, ou vermelhos, de tal sorte que os nossos raios luminosos, obrigados a passar através de vidros mais ou menos bem facetados (facetar - v. tr. dir. Fazer facetas em; lapidar; (fig.) aprimorar.), mais ou menos transparentes, isto é, de médiuns mais ou menos inteligentes, só chegam aos objetos que desejamos iluminar, tomando a coloração, ou, melhor, a forma de dizer própria e particular desses médiuns. Enfim, para terminar com uma última comparação: nós os Espíritos somos quais compositores de música, que hão composto, ou querem improvisar uma ária e que só têm à mão ou um piano, um violino, uma flauta, um fagote ou uma gaita de dez centavos. É incontestável que, com o piano, o violino, ou a flauta, executaremos a nossa composição de modo muito compreensível para os ouvintes. Se bem sejam muito diferentes uns dos outros os sons produzidos pelo piano, pelo fagote ou pela clarineta, nem por isso ela deixará de ser idêntica em qualquer desses instrumentos, abstração feita dos matizes do som. Mas, se só tivermos à nossa disposição uma gaita de dez centavos, ai está para nós a dificuldade."

"Efetivamente, quando somos obrigados a servir-nos de médiuns pouco adiantados, muito mais longo e penoso se torna o nosso trabalho, porque nos vemos forçados a lançar mão de formas incompletas, o que é para nós uma complicação, pois somos constrangidos a decompor os nossos pensamentos e a ditar palavra por palavra, letra por letra, constituindo-se isso numa fadiga e num aborrecimento, assim como um entrave real à presteza e ao desenvolvimento das nossas manifestações."

"..."Quando queremos transmitir ditados espontâneos, atuamos sobre o cérebro, sobre os arquivos do médium e preparamos os nossos materiais com os elementos que ele nos fornece e isto à sua revelia (loc. adv.): sem comparecimento ou conhecimento da parte revel. (De revel.). E como se lhe tomássemos à bolsa as somas que ele aí possa ter e puséssemos as moedas que as formam na ordem que mais conveniente nos parecesse."

"...Sem dúvida, podemos falar de matemáticas, servindo-nos de um médium a quem estas sejam absolutamente estranhas; porém, quase sempre, o Espírito desse médium possui, em estado latente, conhecimento do assunto, isto é, conhecimento peculiar ao ser fluídico e não ao ser encarnado, por ser o seu corpo atual um instrumento rebelde, ou contrário, a esse conhecimento. O mesmo se dá com a astronomia, com a poesia, com a medicina, com as diversas línguas, assim como com todos os outros conhecimentos peculiares à espécie humana."

"Finalmente, ainda temos como meio penoso de elaboração, para ser usado com médiuns completamente estranhos ao assunto de que se trate, o da reunião das letras e das palavras, uma a uma, como em tipografia."

"Conforme acima dissemos, os Espíritos não precisam vestir seus pensamentos; eles os percebem e transmitem, reciprocamente, pelo só fato de os pensamentos existirem neles. Os seres corpóreos, ao contrário, só podem perceber os pensamentos, quando revestidos. Enquanto que a letra, a palavra, o substantivo, o verbo, a frase, em suma, vos são necessários para perceberdes, mesmo mentalmente, as idéias, nenhuma forma visível ou tangível é necessária a nós." Erasto e Timóteo.

Complementa Kardec:
"NOTA. Esta análise do papel dos médiuns e dos processos pelos quais os Espíritos se comunicam é tão clara quanto lógica. Dela decorre, como princípio, que o Espírito haure, não as suas idéias, porém, os materiais de que necessita para exprimi-las, no cérebro do médium e que, quanto mais rico em materiais for esse cérebro, tanto mais fácil será a comunicação. Quando o Espírito se exprime num idioma familiar ao médium, encontra neste, inteiramente formadas, as palavras necessárias ao revestimento da idéia; se o faz numa língua estranha ao médium, não encontra neste as palavras, mas apenas as letras. Por isso é que o Espírito se vê obrigado a ditar, por assim dizer, letra a letra, tal qual como quem quisesse fazer que escrevesse alemão uma pessoa que desse idioma não conhecesse uma só palavra. Se o médium é analfabeto, nem mesmo as letras fornece ao Espírito. Preciso se torna a este conduzir-lhe a mão, como se faz a uma criança que começa a aprender. Ainda maior dificuldade a vencer encontra aí, o Espírito. Estes fenômenos, pois, são possíveis e há deles numerosos exemplos; compreende-se, no entanto, que semelhante maneira de proceder pouco apropriada se mostra para comunicações extensas e rápidas e que os Espíritos hão de preferir os instrumentos de manejo mais fácil, ou, como eles dizem, os médiuns bem aparelhados do ponto de vista deles.

Se os que reclamam esses fenômenos, como meio de se convencerem, estudassem previamente a teoria, haviam de saber em que condições excepcionais eles se produzem.

Médiuns Semi Conscientes:



É a forma de mediunidade psicofônica em que o médium sofre uma semi-exteriorização perispirítica, permitindo que esse fenômeno ocorra.

O médium sofre uma semi-exteriorizacão perispirítica em presença do Espírito comunicante, com o qual possui a devida afinidade; ou quando houve o ajustamento vibratório para que a comunicação se realizasse. Há irradiação e assimilação de fluidos emitidos pelo Espírito e pelo médium; formando a chamada atmosfera fluídica; e então ocorre a transmissão da mensagem do Espírito para o médium.

O médium vai tendo consciência do que o Espírito transmite à medida que os pensamentos daquele vão passando pelo seu cérebro, todavia o médium deverá identificar o padrão vibratório e a intencionalidade o Espírito comunicante, tolhendo-lhe qualquer possibilidade de procedimentos que firam as normas da boa disciplina mediúnica.

Ainda na forma semi-consciente, embora em menor grau que na consciente, poderá haver interferência do médium na comunicação, como repetição de frases e gestos que lhe são próprios, motivo porque necessita aprimorar sempre a faculdade, observando bem as suas reações no fenômeno, para prevenir que tais fatos sejam tomados como "mistificação". Essa é a forma mais disseminada (disseminar - v. tr. dir. Semear, espalhar por muitas partes; derramar; difundir, propagar. (Do lat. disseminare.) de mediunidade de incorporação.

Geralmente, o médium, precedendo (preceder - v. tr. dir. anteceder; estar colocado imediatamente antes de; chegar antes de. (Do lat. praecedere.) a comunicação, sente uma frase a lhe repetir insistentemente no cérebro; e, somente após emitir essa primeira frase é que as outras surgirão. Terminada a transmissão da mensagem, muitas vezes o médium só lembra, vagamente, do que foi tratado.

Médiuns Inconscientes:



Esta forma de mediunidade de incorporação caracteriza-se pela inconsciência do médium quanto a mensagem que por seu intermédio é transmitida. Isto se verifica por se dar uma exteriorização perispiritual total do médium.

O fenômeno se dá como nas formas anteriores, somente que numa gradação mais intensa. Exteriorização perispiritual, afinização com a entidade que se comunicará, emissão e assimilação de fluidos, formação da atmosfera necessária para que a mensagem se canalize por intermédio dos órgãos do médium, são indispensáveis.

Embora inconsciente da mensagem, o médium é consciente do fenômeno que está se verificando, permanecendo, muitas vezes, junto da entidade comunicante, auxiliando-a na difícil empreitada, ou, quando tem plena confiança no Espírito que se comunica, poderá afastar-se em outras atividades.

O médium, mesmo na incorporação inconsciente, é o responsável pela boa ordem do desempenho mediúnico, porque somente com a sua aquiescência (s. f. Ato de aquiescer; anuência; assentimento, consentimento), ou com sua conivência (s. f. Qualidade de conivente; cumplicidade dissimulada; colaboração. (Do lat. conniventia.), poderá o Espírito realizar algo.

Os Espíritos esclarecem que quando um Espírito se acha desprendido do seu corpo, quer pelo sono físico, quer pelo transe espontâneo ou provocado, e algo estiver iminente a lhe causar dano ao corpo, ele imediatamente despertará. Assim também acontecerá com o médium cuja faculdade se acha bem adestrada (adestrar - v. tr. dir. Tornar destro; ensinar; exercitar; treinar; pr. tornar-se destro.), mesmo estando em condições de passividade total; se o Espírito comunicante quiser lhe causar algum dano ou realizar algo que venha contra seus princípios, ele imediatamente tomará o controle do seu organismo, despertando.

Geralmente, o médium, ao recobrar sua consciência, nada ou bem pouco recordará do ocorrido ou da mensagem transmitida. Fica uma sensação vaga, comparável ao despertar de um sonho pouco nítido em que fica uma vaga impressão, mas que a pessoa não saberá afirmar com certeza do que se tratou.

Nos casos em que é deficiente ou viciosa a educação mediúnica, não há a facilidade do intercâmbio, faltando liberdade e segurança; o médium reage à exteriorização perispirítica, dificultando o desligamento e quase sempre intervém na comunicação, truncando-a (truncar - v. tr. dir. Separar do tronco; mutilar; omitir parte importante de. (Do lat. truncare.).

Algumas vezes se torna necessário, para o prosseguimento da educação mediúnica, nos chamados exercícios de incorporação, que os Mentores encarregados de tal desenvolvimento auxiliem o médium para que a exteriorização se dê. Para evitar o perigo da obsessão, eles cuidarão de exercitar o médium com os Espíritos comunicantes que não lhe ofereça perigo. Todavia, ainda nesse caso, a responsabilidade pelo desenvolvimento mediúnico está entregue ao médium, pois, se algo lhe acontecer, ele poderá despertar automaticamente. O mesmo não acontece no fenômeno obsessivo.

A mediunidade de psicofonia inconsciente é uma das mais raras no gênero. Para que o médium se entregue plenamente confiante ao fenômeno dessa ordem, é necessário que ele tenha confiança na sua faculdade, nos Espíritos que o assistem e, principalmente, no ambiente espiritual da reunião que freqüenta.

O Espírito Camilo no já citado livro "Desafios da Mediunidade", analisa alguns aspectos importantes relacionados com o tema:

Questão 15: "É possível para o médium inconsciente, após o transe, lembrar-se das sensações que teve durante a comunicação mediúnica?"

Resposta: "Tendo-se em conta que o médium, em estado de transe inconsciente, não se acha desligado do seu corpo físico, mas somente desprendido, podem remanescer em seus registros cerebrais certas impressões, ou sensações, obtidas durante o transe, podendo mencioná-las quando retorne a sua normalidade.

Durante o transe inconsciente, é comum acontecer que o médium fique num estado de sono profundo, mas que lhe permite captar sons, presenças variadas, luminosidade, ainda que não distinga esses sons, não identifique essas presenças ou não perceba donde vem a claridade. Essas sensações difusas podem fixar na memória atual e ser lembradas após o transe. Contudo, isso varia de um para outro medianeiro, não havendo uniformidade nessa questão."

Questão 14: "O fato da mediunidade manifestar-se consciente ou inconscientemente guarda relação com o adiantamento moral do médium?"

Resposta: "De modo nenhum. A manifestação mediúnica, de aspecto consciente ou inconsciente, nada tem a ver com o grau evolutivo do médium, mas está relacionada com aspectos fisiológicos ou psico-fisiológicos desse mesmo sensitivo.

Vale considerar que a consciência ou não durante o transe pode sofrer intermitências, isto é, períodos de consciência alternando com períodos de inconsciência, mormente (adv. Principalmente.) quando esses estados são determinados por situações psicológicas ou psico-fisiológicas.

Pode ocorrer que, de acordo com os tipos de Espíritos comunicantes ou com o interesse dos Guias dos médiuns, apenas certas manifestações sejam conscientes e outras não.

Depreendemos (depreender - v. tr. dir. e tr. dir. e ind. Perceber, vir ao conhecimento de; inferir, deduzir. (Do lat. deprehendere.) daí que pode haver flutuações na questão da consciência ou não do médium durante as manifestações. Só não ocorrerão alternâncias no caso em que essas características sejam determinadas pela estrutura fisiológica do sensitivo que, então, não pode ser alterada. Assim, ele será definitivamente consciente ou definitivamente inconsciente.

Por fim, é forçoso admitir que a chamada inconsciência mediúnica não traz nenhuma superioridade para o fenômeno, não sendo garantia de qualidade. O que dá ao fenômeno superioridade e garantia, num ou noutro estado consciencial, é a qualidade moral do médium, seus progressos como um todo, que fazem-no respeitado ante o Invisível, em virtude da responsabilidade, da seriedade com que encara seus compromissos."

Questão 16: "Qual a diferença entre médiuns sonambúlicos e Inconscientes?"

Resposta: "Muito embora no seio do Movimento Espírita haja o costume de chamar-se de sonambulismo àquele que sofre um transe inconsciente, pelo fato de o médium "dormir" durante o processamento do fenômeno, é necessário lembrar que o Codificador estabelece que médium sonambúlico ou sonâmbulo é o indivíduo que, em seu estado de sonambulismo comum, contata os desencarnados e transmite as mensagens que receba, podendo vê-los e com eles confabular.

O estado de emancipação do sonâmbulo é o que facilita a comunicação (O Livro dos Médiuns, cap. XIV, item 172).

No caso do médium inconsciente (Livro dos Médiuns, capítulo XVI, item 188), também chamado por Kardec de médium natural, encontramos aqueles em que o fenômeno mediúnico apresenta um caráter de espontaneidade, sem que a sua vontade consciente interfira, ou seja, nem sempre o médium está desejando ou esperando que o fenômeno aconteça.

Aqui podemos ver a importância da boa formação intelecto-moral do médium, pois esta é capaz de criar uma aura de proteção para ele, a fim de que não se torne joguete de desencarnados irresponsáveis, ou mesmo cruéis, que desejarão aproveitar-se da sua espontaneidade.

Vemos assim que, enquanto o médium inconsciente é controlado pelos desencarnados que atuam por meio dele nos variados fenômenos, quer os da psicografia, da psicofonia, da ectoplasmia e outros, o médium sonambúlico encontra-se com os desencarnados; ao desprender-se do corpo, com eles dialoga e nesse estado de emancipação relata o que vê e o que ouve. Entretanto, também o sonambúlico, ao despertar, pode guardar profunda ou parcial inconsciência do que com ele haja transcorrido no Invisível."

Assimilação das Correntes Mentais:

O fenômeno da psicofonia ou incorporação é caracterizado pelo chamado envolvimento mediúnico que significa um entrosamento das correntes mentais e vibratórias do médium com o Espírito comunicante.

No fenômeno mediúnico, durante o transe, o médium apresenta condições favoráveis à assimilação das correntes mentais com as quais se afiniza.

Isso se dá pela irradiação ou exteriorização perispirítica, que permite ao médium maior liberdade, podendo ser influenciado pelo campo vibratório dos Espíritos encarnados. Havendo a sintonia vibratória o médium passa a sentir, receber ou entender vibrações mentais da entidade comunicante.

Todavia, essa assimilação de correntes mentais não se dá apenas entre os dois participantes do fenômeno mediúnico, pois as demais pessoas que participam da reunião têm importância fundamental, podendo colaborar decisivamente para o bom êxito da empreitada, como também ser causa marcante no fracasso da ligação médium-Espirito, por ter, através de seus pensamentos, determinado um clima à realização do fenômeno. Assim, todos os participantes, médiuns, doutrinador, Espírito comunicante, mentores espirituais, tem grande importância na realização do intercâmbio mediúnico.

Muitas vezes, embora o médium esteja em boas condições, o fenômeno não se dá por falta de ambientação adequada e segura para a realização da delicada tarefa do intercâmbio mediúnico sem riscos para sua integridade física e psíquica.


Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Parte Segunda, Cap. XIX; Introdução, II – final.
KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Capítulos XIV, item 172, XVI, item 188 e XIX, item 225.
DENIS, Leon. No Invisível. Segunda Parte, Cap. XIX
XAVIER, Francisco Cândido. Missionários da Luz. Pelo Espírito Emmanuel. Cap. VII e XVI.
XAVIER, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. Cap. V.
TEIXEIRA, José Raul. Desafios da Mediunidade. Pelo Espírito Camilo. Questões 14, 15, 16 e 28.
PERALVA, Martins. Estudando a Mediunidade. Capítulo IX – Incorporação.

Extraído do site: http://www.mkow.com.br/apostilas/unid49.htm

CHICO RESPONDE

MEDIUNIDADE

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O que é desenvolver mediunidade no conceito de Emmanuel?

Ele crê que desenvolvimento mediúnico deveria ser a nossa dedicação ao aperfeiçoamento pessoal para servirmos de intérpretes àqueles que habitam a vida espiritual e, ao mesmo tempo, começar muito cedo o trabalho na pauta da obediência e da fé de que todos carecemos perante as Leis de Deus.

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Que é mediunidade, no significado real de sua essência?

Mediunidade, na essência, é afinidade, é sintonia, estabelecendo a possibilidade do intercâmbio espiritual entre as criaturas, que se identifiquem na mesma faixa de emoção e de pensamento.

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Como alcançar bom aprimoramento de potencial mediúnico?

Reflitamos no assunto do ponto de vista da mediunidade em trabalho edificante. Que se aperfeiçoe o violino, e o artista encontrará nele as mais amplas facilidades de expressão. Sem cooperador habilitado, a tarefa surge deficiente. A mediunidade, em si, depende do médium.

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Diga-nos o que deve fazer, dentro de suas capacidades, um médium, para poder ser completo e útil ao Plano Espiritual?

Devotamento ao Bem do próximo, sem a preocupação de vantagens pessoais - eis o primeiro requisito para que o medianeiro se torne sempre mais útil ao Plano Espiritual. Em seguida, quanto mais o médium se aprimore, através do estudo e do dever nobremente cumprido, mais valiosa se torna a execução de tarefas com os Instrutores da Vida Maior.

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Que é que pode ser mais prejudicial a um médium?

O egoísmo que se fantasia de vaidade e orgulho, quando o medianeiro procura irrefletidamente antepor-se aos Mentores Espirituais que se valem dele. Ou o mesmo egoísmo, quando se veste de ociosidade ou de escrúpulo negativo, para fugir à prestação de serviço ao próximo.

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Qual a razão de algumas pessoas possuírem dons mediúnicos na Terra, desde o berço, e outras, após muito trabalho, é que conseguem conquistar alguns desses valores?

Quando se trate de mediunidade em ação na cultura ou no progresso espiritual, a bagagem de recursos do medianeiro emerge das suas próprias aquisições de Espírito, efetuadas em existências pretéritas, outorgando-lhe a possibilidade de colaborar com mais eficiência ao lado de quantos pugnam, no Além, pelo aperfeiçoamento e a felicidade da comunidade humana.

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Como podemos entender o chamado "planejamento espiritual"?

Mentalizemos o planejamento que antecede a formação de um núcleo populacional ou de uma família na Terra, com os recursos possíveis de previsão e teremos exatamente a idéia do que seja o "planejamento espiritual" para qualquer organização que proceda do Plano Espiritual para o Mundo Físico.

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Como encarar as diversas demonstrações mediúnicas existentes e praticadas fora da Doutrina Espírita?

Os fenômenos medianímicos existiram em todos os tempos. E, em todos os distritos da atividade humana, continuam a existir. A Doutrina Espírita é o Cristianismo Redivivo, esclarecendo mediunidade e médiuns para que as ocorrências mediúnicas edifiquem elevação e proveito em auxílio da Humanidade.

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Os "anjos de guarda", que são?

Os bons Espíritos, benevolentes e sábios, mormente aqueles que se nos fazem familiares, se erigem, no Mais Além, à condição de mensageiro de apoio ou guardiães abnegados daqueles companheiros que ainda se vinculam à vida física.

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Quais são os principais sintomas, tanto físicos quanto psicológicos, que a pessoa apresenta para que diagnostique-se mediunidade acentuada?

Os sintomas podem ser variados, de acordo com o tipo de mediunidade. Irritabilidade, sonolência sem motivo, dores sem diagnóstico definido, mau humor e choro inexplicável podem indicar necessidade de esclarecimento e estudo.

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O que acontece para uma pessoa que se recusa a desenvolver sua mediunidade, já que esta mediunidade pode ajudar muitas outras? Haverá algum castigo ou cobrança?

Energias que não doamos podem ser fator de desequilíbrio em nossas vidas. Nossa consciência, em geral, nos cobra uma atitude perante as tarefas que nos cabem. Praticando o Bem em qualquer parte, estaremos colocando nossa mediunidade a serviço de todos. André Luiz afirma: "Todo Bem que não se faz é um mal que se pratica".

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Como saber distinguir efeitos mediúnicos de doença física? Por exemplo: as dores de cabeça e de estômago.

A segurança em distinguir efeitos da mediunidade de sintomas de doenças físicas, só pode ser alcançada com a educação da própria mediunidade. O ideal é que inicialmente se procure um médico para certificar-se que o mal não é físico e, uma vez confirmada a inexistência de doença, deve-se procurar a orientação espiritual.

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Dentro da psicofonia, se um médium dá passividade constantemente para irmãozinhos sofredores, tristes e chorosos, isso significa que o médium não está com a sintonia elevada?

Todo médium deve estar em equilíbrio para trabalhar num grupo mediúnico. Quando dá manifestação a Espíritos sofredores, pode lhes proporcionar alívio e paz. Existem médiuns que têm energias específicas para socorrer Espíritos suicidas, muito sofredores; essa é a missão dos médiuns de desobsessão. Não é, portanto, um desequilíbrio.

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Muitos candidatos à mediunidade nos aparecem, confessando, no entanto, sua predileção pelo vício de fumar. Que fazer nestes casos?

Ponderam os Mentores da Vida Maior que o vício da utilização do fumo cotidianamente é considerado dos menores vícios da personalidade humana. Não obstante, qualquer candidato à mediunidade cristã deverá esforçar-se diariamente por superar suas próprias inibições, consciente de que o quadro de serviços redentores a que se candidata exigir-lhe-á renúncias e abnegações incessantes em favor do próximo. Dentro deste particular é que os Amigos Espirituais nos dizem que, principalmente nas tarefas de auxílio desobsessivo e nas tarefas de alívio aos doentes, é totalmente desaconselhável o hábito de fumar. Assim, sendo, os médiuns psicofônicos, os passistas e os de efeitos físicos fazem muito bem quando abandonam o cigarro.

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Muitos candidatos à mediunidade nos dizem que sofrem assédio de entidades infelizes e acabam desistindo do serviço mediúnico, justificando-se pelos impedimentos emocionais que carregam. Que dizer de semelhante situação?

Curiosa esta pergunta, porque também passamos por esta experiência. Um ano antes de transferimos nossa residência de Pedro Leopoldo para a cidade de Uberaba, por volta do ano de 1959, uma crise alucinante de labirintite nos atacou. O desconforto que a doença causava, com aquele barulho característico, dentro do próprio crânio, nos alterou o estado emocional. Quase não conseguíamos a necessária concentração para a tarefa psicografia nas reuniões públicas do Centro Espírita Luiz Gonzaga. Estávamos intranqüilos. Quando aquele tormento atingiu seu ápice, procuramos nosso médico oftalmologista, na época o Dr. Hilton Rocha, de Belo Horizonte. Dissemos a ele:
Dr. Hilton Rocha, eu já não agüento mais esta labirintite que me atazana. Este barulho incessante me tonteia e já não posso atender às minhas obrigações de psicografia com a tranqüilidade desejável. De modo que o senhor tem a minha autorização, caso esta labirintite for causada pela minha enfermidade dos olhos, para remover os meus globos oculares. E o senhor pode arrancar os meus olhos, por que eu preciso continuar trabalhando...
O Dr. Hilton Rocha nos tranqüilizou dizendo que, de forma alguma, a labirintite era devida às nossas enfermidades oculares. Recomendou-nos paciência e disse-nos que tudo iria passar. De fato, quando instalamos em definitivo aqui em Uberaba a crise de labirintite passou. Recentemente, no entanto, a questão voltou, mais ou menos há uns dois anos, com grande intensidade. Desta vez não só ouvimos o barulho característico da labirintite, como também registramos a voz nítida dos espíritos inimigos da Causa Espírita-Cristã, perturbando-nos a tranqüilidade interior. Esta presença de espíritos infelizes, desde então, tem sido uma constante. Ouvimos-lhe diariamente os ataques à Mensagem Cristã e à Doutrina Espírita; as sugestões desagradáveis; as induções ao desequilíbrio; os sarcasmos em relação aos episódios por nós vividos no decorrer desta existência; as alusões ferinas às ocorrências menos dignas de nossos círculos doutrinários; as calúnias em relação a fatos conhecidos por nós; e até maledicências dirigidas ao nosso círculo de amizades. Tudo isto de forma tal que nos sentimos tolhidos na liberdade de pensar. Nossos Amigos Espirituais classificam este tipo de atuação como sendo PENSAMENTOS SONORIZADOS dos obsessores em nós mesmos. Dr. Bezerra de Menezes nos recomendou muita calma em relação ao assunto, incentivando-nos, inclusive, a conversar com estes irmãos infelizes pelo pensamento, mostrando-lhes o ângulo de visão que nos é próprio e rogando-lhes paciência e compreensão para as nossas atividades mediúnicas. Mesmo assim, apesar de estarmos tentando dialogar com estes espíritos, somente em 80% dos casos eles desistem do sinistro propósito de nos retardar as tarefas. Assim, ainda 20% deles continuam renitentes em seu desiderato infeliz. Outro dia mesmo recorremos à viligância de nosso mentor Emmanuel, e ele nos pediu mais paciência. Segundo a afirmativa dele, isto ainda duraria por algum tempo e em breve tudo voltaria ao normal.

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Em algumas reuniões identificamos discussões estéreis em torno de opiniões particulares e pontos de vista exclusivistas de determinados médiuns, que os conduzem, muitas vezes, ao afastamento do serviço, carregando no coração mágoas e desapontamento com a direção das reuniões e dos Centros Espíritas. Como devemos agir diante dos que se afastam das tarefas?

O quadro de nossas responsabilidades diante da Mensagem Cristã do "Amai-vos uns aos outros" é tão vasto, os serviços ainda incompletos e as tarefas por realizar em nome do amor ao próximo se desdobram com tanta intensidade que, sinceramente, cabe-nos a solução de aproveitar o tempo disponível às nossas limitadas possibilidades, trabalhando e servindo sem cessar em nome do Bem geral. Não podemos nos dar ao luxo de correr atrás daqueles que abandonam o serviço espiritual, a pretexto de lhes oferecer explicações e homenagens. Isto porque nossas obrigações aí estão, exigindo-nos tempo e dedicação, e não podemos perder tempo. Se fulano ou ciclano considerou por bem abandonar as próprias obrigações espirituais, por este ou aquele melindre, que podemos nós fazer? Entreguemos-lhe, pela oração, à Bênção Misericordiosa de Deus, o Pai Amoroso de todos nós, e, por nossa vez, perseveremos no trabalho do Bem até o fim.

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Qual o obstáculo mais difícil a vencer na mediunidade?

Os obstáculos mais difíceis ao desenvolvimento da mediunidade estão sempre em nós mesmos. Quando deixamos o trabalho mediúnico para entregar-nos a tipos de atividades inconvenientes, estamos habitualmente cedendo às tentações que ainda trazemos em nós mesmos, constantes das tendências inferiores que ainda remanescem dentro de nós, em nos referindo à herança pessoal que trazemos de existências passadas.

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Existirá, na opinião dos Amigos Espirituais, alguma correlação entre disritmia cerebral e mediunidade?

Estamos na certeza de que no futuro dirá, do ponto de vista científico, que sim. A chamada disritmia cerebral, na maioria dos casos, funciona como sendo um implemento de fixação da onda mental do espírito comunicante; muitas vezes, também, essa mesma disritmia é um elemento importante no problema obsessivo. Achamo-nos aqui perante questões que o futuro nos mostrará em sua amplitude, com as chaves necessárias para a solução do problema.

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Qual a receita que o Sr. apontaria contra o animismo?

Aprendi com o nosso abnegado Emmanuel que o médium é também um Espírito necessitado de socorro e de orientação. Desse modo, se o chamado animismo aparece em determinado grupo, devemos atender ao companheiro ou à companheira, envolvidos no assunto, com o mesmo carinho e atenção que dispensamos comumente ao Espírito desencarnado, quando no intercâmbio conosco.

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O desenvolvimento da mediunidade se processa mais na corrente mediúnica ou nas ações, palavras e pensamentos de todos os minutos do médium?

O desenvolvimento da sublimação mediúnica permanece na corrente dos pensamentos, palavras e atos do medianeiro da vida espiritual, quando ajustado ao ministério de fraternidade e luz que a sua tarefa implica em si mesma.

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A tese da mediunidade inconsciente estará sendo estudada e observada com consciência pela totalidade dos médiuns que se apregoam portadores de tal mediunidade? Cabe-nos significar-lhes nossas dúvidas ou aguardar o Tempo?

Na esfera do medíunismo, há realmente incógnitas que só o esforço paciente de nossos trabalhos conjugados no tempo conseguirá solucionar. Incentivemos o estudo e o auxílio, dentro da solidariedade cristã, e, gradativamente, diminuiremos as múltiplas arestas que ainda impedem a nossa sintonia na execução dos serviços a que fomos chamados, porquanto, o problema não deve ser examinado unilateralmente, reconhecendo-se que o serviço é de nossa responsabilidade coletiva nos círculos doutrinais.

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Sendo verdade que o "clima" mental do médium atrai Espíritos condizentes, bons ou maus, como agiremos diante dos médiuns que se dizem inconscientes e que dão comunicações alternadas e seguidas?

O médium não deve perder de vista a disciplina de si próprio. A ordem é atestado de elevação.

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Dons mediúnicos pronunciados, como por exemplo, o da vidência espiritual, que tantas pessoas anseiam e se esforçam por possuir, sob certas circunstâncias de ordem material, não significariam uma desvantagem ou, pelo menos, um transcendente compromisso para essas pessoas?

Dons mediúnicos não representam desvantagens, mas envolvem os compromissos e as responsabilidades que lhes são conseqüentes. Os candidatos ao trabalho mediúnico, junto das criaturas humanas, precisam refletir com segurança e discernimento antes de abraçá-lo, conscientes de que se encontram diante de um dos mais sérios compromissos espirituais da vida.

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Quando um médium pode saber se realmente tem um compromisso mediúnico e que compromisso lhe traz essa mediunidade?

Através de sua predisposição. A mediunidade induz o indivíduo a uma posição consciente perante a vida desde que esta seja pautada em linhas de equilíbrio moral. Então, ele passa a receber intuições vigorosas que o impelem a atitudes positivas em relação ao próximo. Aparece de início, como lampejo de um ideal, como reminiscência de tarefas que ficaram interrompidas ou como uma verdadeira impulsão para realizar determinados compromissos em benefício da criatura humana. À medida que mergulha no mundo interior, desdobram-se as possibilidades e os Espíritos o conduzem a que execute a tarefa que, aos poucos, lhe vai sendo inspirada e conduzida. A mediunidade é uma faculdade para-normal, e todos podemos experimentar fenômenos que não são habituais, não comuns. Quando estes fenômenos especiais transcendem o habitual, refletem características de mediunidade, tais como: percepção de presença, visões e audições psíquicas, que seriam denominadas como alucinações psicológicas por psiquiatras desconhecedores da mediunidade...

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Que dizer dos processos empregados atualmente pela maioria dos Centros, no que diz respeito ao desenvolvimento mediúnico? Como desenvolver médiuns?

Examinar as diretrizes das instituições não será trabalho compatível com as nossas responsabilidades singelas. Cada grupo doutrinário é a resultante dos propósitos e atividades dos seus componentes. Resumindo-se, porém, os programas do Espiritismo Evangélico, na sementeira do amor e da educação nos moldes que Jesus nos legou, acreditamos não encontrar outro código mais elevado para os serviços do nosso ideal, além do Evangelho sentido e vivido, nos diversos setores da experiência que nos é comum, código esse que deve presidir também não só o desenvolvimento dos médiuns, mas o processo espiritual de todos os doutrinadores e companheiros em geral.

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Fontes:
Questão 1, do livro Kardec Prossegue - Editora UNIÂO.
Questão 2, do livro Novo Mundo - Editora IDEAL.
Questões 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12 e 13, do livro "Plantão de Respostas - Editora CEU.
Questões 14, 15 e 16, do Jornal "O Espírita Mineiro" - n 217.
Questões 17, 19, 20, 21, 22, 23, 24 e 25, do livro "Encontros no Tempo" - Editora IDE.
Questão 18, do livro "Chico Xavier, em Goiânia" - Editora GEEM.
Link da Página: http://www.grupoandreluiz.org.br/chico_ler_perguntas.php?id=5
(Publicado em 09/01/2007)