domingo, 23 de agosto de 2015

Antonio Cesar Perri de Carvalho

31/10/2014 10h28 - Atualizado em 31/10/2014 10h32

Em Defesa da Vida

A Obra Básica e inaugural O livro dos espíritos (em “O Livro Terceiro – Leis Morais”) apresenta teorias avançadas para a sua época, especialmente no que concerne ao direito de viver:
“Qual o primeiro de todos os direitos naturais do homem?
– O de viver. Por isso é que ninguém tem o de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal” (questão 880).
A vida tem um sentido mais profundo para o Espiritismo – “o mais terrível antagonista do materialismo”, como concluiu o Codificador em O livro dos espíritos (Conclusão II).
Pela ótica ampliada pelo Espiritismo, torna-se possível a compreensão dos ensinos morais do Cristo relacionados com o “levantamento da ponta do véu” que é a certeza da imortalidade da alma (Introdução de O evangelho segundo o espiritismo) e do sentido amplo de “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João, 10:10).
Como espíritos imortais – encarnados – temos compromissos com a valorização da vida e com a qualidade de vida, a começar pelo respeito ao próprio corpo.
 “O corpo é o primeiro empréstimo recebido pelo Espírito trazido à carne” – André Luiz (Conduta espírita, cap. 34).
A vida física deve ser respeitada desde o momento da concepção até o instante da morte natural. Daí serem incabíveis, o aborto, a violência, o uso de drogas, a eutanásia e o suicídio.
Da magistral obra Memórias de um suicida, destacamos: “O que há é o desaponto, a surpresa aterradora daquele que se sente vivo a despeito de se haver arrojado na morte! É a revolta, a praga, o insulto, o ulular de corações que o percutir monstruoso da expiação transformou em feras! O que há é a consciência conflagrada, a alma ofendida pela imprudência das ações cometidas, a mente revolucionada, as faculdades espirituais envolvidas nas trevas oriundas de si mesma!”
Daí o papel educativo que deve ser trabalhado pelos espíritas dentro e fora do Movimento Espírita: “A reencarnação é o meio. A educação divina é o fim” (André Luiz, Missionários da luz).
O respeito à vida em todas as etapas tem sido objeto de Campanhas, intituladas “Em Defesa da Vida”. A Federação Espírita Brasileira a implantou desde 1994. O Conselho Espírita Internacional discutiu várias vezes o tema. A Federação Espírita Portuguesa elaborou uma Campanha como proposta ao CEI, que foi aprovada, e também propôs que este seja o tema central do 8º. Congresso Espírita Mundial, programado para Lisboa, para o ano de 2016.
Cultivemos e valorizemos o louvor continuado à existência corporal e à vida imortal!
“O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e caridade, na sua maior pureza” (O evangelho segundo o espiritismo, Cap. XVII, item 3).
Acessos a páginas eletrônicas:
 1)      EM DEFESA DA VIDA – Portal da FEB:
 2)      Manifesto contra legalização da maconha:
 3)      CAMPANHA “AMAR A VIDA” DA FEDERAÇÃO ESPÍRITA PORTUGUESA NO PORTAL DA FEB:
Livro:
Pereira, Yvonne Amaral. Pelo espírito Camilo Cândido Botelho. Memórias de um suicida, 1ª. parte. Cap. O vale dos suicidas, p.22. Brasília: FEB Editora.
 Revista:
Reformador on line – edição de novembro de 2014:

Colunistas

25/06/2013 10h34 - Atualizado em 25/06/2013 10h51

As Provas e Expiações como mecanismos evolutivos

Um dos princípios da Doutrina Espírita é a reencarnação, entendida pelos orientadores espirituais como  necessária à evolução humana, pois  “uma só existência corpórea é claramente insuficiente para que o Espírito possa adquirir todo o bem que lhe falta e de desfazer de todo o mal que traz em si.”[1]
Para nos auxiliar no processo ascensional, Deus nos concede o livre arbítrio, uma vez que,  se o homem  “(…) tem liberdade de pensar, tem também a de agir. (…).”[2] Podemos, então, afirmar que o ser humano é o árbitro do seu destino e que cada escolha, independentemente das suas motivações ou justificativas, acionam a lei de causa e efeito em qualquer plano de vida que se situe: o físico ou o espiritual.
 O uso do livre arbítrio são ações que provocam reações, no tempo e no espaço. As boas escolhas produzem progresso evolutivo, enquanto as escolhas infelizes geram provações  ou  expiações que se configuram como mecanismos evolutivos, moduladores da lei de causa e efeito,  claramente consubstanciada no planejamento reencarnatório de cada indivíduo. Daí Emmanuel afirmar: “A lei das provas é uma das maiores instituições universais para a distribuição dos benefícios divinos.”[3]
Para melhor compreensão do assunto, Emmanuel especifica também a diferença que há entre  prova (ou provação)  e  expiação: “A provação é a luta que ensina ao discípulo rebelde e preguiçoso a estrada do trabalho e da edificação espiritual. A expiação é pena imposta ao malfeitor que comete um crime.”[4]
Percebe-se, portanto, que a prova assemelha-se a uma corrida de obstáculos que tem o poder de impulsionar o progresso humano. As provas sempre existirão, mesmo para Espíritos superiores,  por se tratarem de desafios evolutivos.   A expiação, contudo, representa uma contenção  temporária da liberdade individual, necessária à reeducação do Espírito que, melhor utilizando o livre arbítrio, reajusta-se  às determinações das leis divinas.
As provações podem ser difíceis, não resta dúvida,  mas,  por seu intermédio, o Espírito é colocado em situações que o afasta do estado de inércia em que ora permanece ou se compraz, proporcionando-lhe, ao mesmo tempo,  oportunidades para  que ele possa trabalhar a melhoria das suas atuais condições de vida.
Nas expiações, o Espírito vê-se colocado  prisioneiro das más ações cometidas, pelo uso indevido do livre arbítrio.  Para que não se prejudique mais, renasce sob processos de contenção que, obviamente, produzem sofrimentos, sobretudo se o ser espiritual ainda não consegue apreender o valor da dor como instrumento de educação e  cura espirituais.
Em O Céu e o Inferno, Allan Kardec lança outras luzes a respeito do tema, quando explica que o arrependimento das faltas cometidas é o elemento chave para liberar o Espírito das provações dolorosas e das expiações. O Codificador, assim se expressa:
 Arrependimento, expiação e reparação são as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências. O arrependimento suaviza as dores da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa.(Grifos no original)[1]
 Nesses termos, a libertação do Espírito, ou reparação, indica ser a etapa final da expiação porque, perante os códigos divinos, não nos é suficiente expiar uma falta, é preciso anulá-la, definitivamente, da vida do Espírito imortal, pela prática do bem:

Perfil


Marta Antunes Moura, coordenadora das Comissões Regionais na área da Mediunidade da Federação Espírita Brasileira (FEB), Vice-presidente da FEB.

Referências
  1. KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. Trad. de Evandro Noleto Bezerra. 1ª ed. Rio de Janeiro: FEB Editora, 2009.
  2. __________. O Livro dos Espíritos. Trad. de Evandro Noleto Bezerra. 2ª ed. 1ª reimp. Rio de Janeiro: FEB Editora, 2011.
  3. XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 28ª ed. Rio de Janeiro: FEB Editora, 2008
[1] Allan Kardec. O Céu e o Inferno. Pt. 1, cap. III, it. 9, pág. 49.
[2] Idem. O Livro dos Espíritos. Q. 843, pág. 507.
[3] Francisco Cândido Xavier. O Consolador. Q. 245, pág. 201.
[4] Ibid., q. 24, pág. 201.
[5] Allan Kardec. O Céu e o Inferno. Pt. 1, cap. VII – Código penal da vida futura -, q.16ª, pág. 126.
[6] Ibid., q. 17ª, p. 12.

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